OS JOVENS E AS ESCOLHAS


Paz e Bem, gurizada franciscana! A fase da juventude comporta uma responsabilidade muito grande, que comprometerá toda a nossa vida: é a fase de escolher!

Mas como os jovens hoje veem a tarefa de escolher?
O que nos impede de escolher o caminho certo?

São essas e outras questões que o DPS (Documento Preparatório para o Sínodo) vai trazer presente no seu último ponto do Capítulo I, e que eu convido para refletirmos juntos. “Bora” nessa?

Um percurso reflexivo

Com a fluidez e a precariedade que o documento já assinalou como algumas das características das juventudes de nosso tempo, vem a necessidade cada vez maior de um percurso reflexivo em nossa vida. Assumir uma postura de criticidade e reflexão frente a todas as possibilidades que o mundo oferece a nós, jovens, é um imperativo para que a transição para a etapa adulta e a formação de nossa identidade aconteça de forma madura e saudável.

Vivemos uma fase em que “tudo é relativo” (hoje eu opto por isto, amanhã talvez eu desista e mude de caminho) e em que há uma facilidade muito grande de mudar as rotas pelas quais optamos, sem maiores reflexões. Isto se deve, dizem os bispos, ao conceito de liberdade que internalizamos: liberdade hoje é não assumir compromissos. Esse conceito vale tanto para o aspecto vocacional/profissional quanto para o aspecto afetivo e de relações. O negócio é não se apegar, dizem os espertinhos, com má intenção.

O bloqueio por medo de errar

Uma constatação super bem fundamentada é a que muitos jovens, por medo de errar o caminho, optam por não caminhar. Por medo de serem infelizes no futuro, escolhem ficar parados. O Papa Francisco tem um recadinho para esses jovens: « “Como podemos despertar a grandeza e a coragem de escolhas de amplo alcance, de impulsos de coração para enfrentar desafios educativos e afetivos?”. Já repeti muitas vezes: arrisca! Arrisca! Quem não arrisca não caminha. “Mas se eu errar?” Bendito o Senhor! Errarás mais se permaneceres parado, parada. » (Discurso na Villa Nazareth, 18 de junho de 2016).

Diante de decisões importantes, precisamos rezar nossa vida, planejar nossas metas e confiar que Deus tem um plano de amor para cada um e cada uma de nós. Errar faz parte do caminho, mas não caminhar por medo de errar seria desperdiçar o dom mais precioso que Deus nos deu: nossa vida e toda a sua riqueza de possibilidades.

Optar por um caminho e entregar-se nele

Existe um princípio que diz que ao escolher uma coisa, nós necessariamente excluímos uma infinidade de outras coisas. Por exemplo: para ler este texto, você renunciou neste momento a fazer uma infinidade de outras coisas (ler outro texto, dormir, ligar para alguém, visitar as redes sociais, etc.).

Isso pensado no nível macro, ou seja, em nossas decisões vocacionais, por exemplo, adquire um caráter extremamente vital. Não podemos caminhar por duas estradas, e chegará um momento que estaremos de frente a uma encruzilhada; nesse momento colocaremos em prática nossa capacidade de escolher e de arriscar.

Instabilidade econômica e social

Outro fator que o DPS coloca como um obstáculo no momento decisivo das escolhas é a instabilidade de muitos jovens em todas as partes do mundo em relação à economia. Muitos, por não terem condições de levar à frente seus sonhos profissionais, acabam optando por aquilo que “cabe em seu bolso”. Este é um drama para os jovens de nosso tempo. A posição que ocupam na escala social, bem como as diferenças de gênero e de etnia, ou até mesmo religiosas são mais alguns obstáculos para quem precisa escolher seu caminho.

Protagonismo jovem

Os bispos mais uma vez falam do protagonismo jovem. Dizem eles: “ Se quisermos que aconteça algo de novo na sociedade ou na comunidade cristã, devemos deixar espaço a fim de que pessoas mais jovens possam agir. “ Esse é o pensamento da Igreja sobre nós, jovens, galera. A Igreja coloca-se ao lado daqueles que sonham com um mundo melhor, assumindo uma causa que na sociedade atual é polêmica, afinal sucesso em todos os âmbitos está associado à experiência, e esta a idade elevada.

Bem sabemos que idade elevada não é o único fator capaz de promover o sucesso; se o fosse, nosso cenário brasileiro atual, com nossas autoridades “experientes”, não estaria como está. Essa última parte não está no Documento, é um desabafo pessoal (risos).

Para fim de papo...

Assim, encerramos nossa reflexão sobre o Capítulo I do DPS, em que os bispos refletiram sobre a situação dos jovens na atual conjuntura, a nível planetário, numa espécie de síntese.

Nosso próximo texto tratará de questões relativas à Vocação, ao Discernimento e à Fé. Para dar uma conferida no DPS na íntegra, podem acessar o link abaixo.

Um salve fraterno para todos e todas e que São Francisco e Santa Clara intercedam por cada um e cada uma.

Com a bênção de Deus,

Frei Renan Espíndola, OFMCap.
Pelotas, RS.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário! A Juventude Franciscana alegre-se em receber sua mensagem! Gratidão! Paz e Bem.