Fraternidade e Engajamento Social


Paz e Bem, galera de Francisco!
Aqui estamos mais uma vez...
Dessa vez o assunto é muito pertinente pra todos nós, afinal fala de nosso compromisso no meio social do jeito de Francisco de Assis, que por sua vez foi o seguidor mais radical do Cara, do mais Fera, do Mestrezão Jesus Cristo. E aí? Vamos nessa?

Engajamento Social: o que é?

De cara a gente precisa conceituar esse termo que titula nosso texto. Por engajamento social, aqui, queremos falar de toda ação voltada para o bem comum, para a transformação da realidade humana; através do discurso, mas principalmente da prática de nossas fraternidades. 

Um detalhe bem importante, galera, é que quando falamos em engajamento social, temos de falar em Política (não politicagem, mas Política, no verdadeiro sentido da palavra). Sabemos que nossos grupos, se são autênticos grupos de São Francisco de Assis, devem estar profundamente ligados à proposta da Igreja, afinal nosso querido Chico sempre quis estar em comunhão com a mesma. Se consultarmos os documentos da Doutrina Social da Igreja, teremos alguns pensamentos bem explícitos e claros a respeito da Política e nosso envolvimento nela, enquanto cristãos-cidadãos. Vamos dar uma conferida!

O Documento 40 da CNBB, “Igreja: Comunhão e Missão” diz assim pra nós: “A Igreja não pode ignorar a Política, não apenas enquanto instrumento necessário de organização da vida social, mas, sobretudo enquanto expressão de opções e valores que definem os destinos do povo e a concepção do homem.” (n. 185). Ou seja, o mesmo ser humano que está dentro da Igreja também está dentro da sociedade. Por causa disso seria um vacilo nosso, que nos dizemos cristãos, membros da Igreja, pensarmos que “Política não é coisa pra se falar na Igreja”. 

Um pouco mais à frente, o mesmo Documento nos diz: “O fato da presença da Igreja no mundo da política é inevitável, mas a natureza e a qualidade dessa presença dependem de sua consciência evangélica e profética, do momento histórico e do próprio conceito de política.” (n. 188).

Aqui é que mora o perigo. Exatamente nesse aspecto é que rolam os maiores “quebra-paus” nos nossos grupos. Porque muitos de nós não possuímos consciência crítica a respeito da conjuntura de nossa realidade, desde o nível comunitário até o nível mundial. Muitos não veem a pobreza, a miséria, o sofrimento das pessoas que não têm as mesmas oportunidades que nós. O Papa Francisco é tão amado por quê? Porque ele possui essa sensibilidade humana que vai de encontro com os que, de fato, tem necessidade de amor. 

Bem, já sabemos de um dado bem importante: a Igreja não só é a favor, mas tem como um aspecto essencial, o envolvimento dos seus membros na vida da sociedade, especialmente na luta pelos mais necessitados. Engajamento social é isso; é lutar pelos que não têm quem lute por eles. É querer garantir que todas as pessoas tenham dignidade e possam viver como filhos e filhas de Deus. “Bora” pra outro papo super relevante em nossa partilha.

O diálogo é o caminho

Nosso envolvimento na sociedade deve ser sempre pautado pelos apelos do Evangelho. Lutar pelos menos favorecidos sempre foi a bandeira de Jesus Cristo. E deve ser a nossa também. Francisco quando foi ao encontro do leproso, mostrou a lógica de Cristo em relação à acolhida dos pobres e excluídos. Mas não devemos jamais esquecer um ensinamento do nosso Paizão Chico: construir o Reino de Deus pela minoridade, pela humildade, pelo diálogo. Sabem de uma coisa, nossa intenção pode ser a mais santa, mas se agirmos sem humildade, nossa ação toda será uma furada. O respeito e o diálogo ainda são os melhores mastros pra levantar a bandeira de nosso engajamento social.

Bah, vou até repetir, porque ficou filosófica a frase (risos...): O respeito e o diálogo ainda são os melhores mastros pra levantar a bandeira de nosso engajamento social. Na moral, quando nós queremos impôr nossa maneira de enxergar a realidade, saímos totalmente da lógica do Evangelho, da lógica franciscana. Aqui não falamos apenas em questão partidária. Falamos de visão de mundo. Não há porque brigar. Afinal, se nosso grupo está conectado com a proposta de Cristo, vai estar unido na causa dos mais necessitados. Vai ser um baita grupo, comprometido com a vida da sociedade.

Pra terminar esse papo, deixamos como provocação mais um trecho de um Documento da Igreja, que fala sobre a união que havia entre os primeiros cristãos e que deve ser um exemplo pra galera em geral, apesar das nossas diferentes maneiras de olhar o mundo: 

“Ainda que não cheguem sempre a um testemunho radical de despojamento e de entrega, os primeiros cristãos cultivam o bom relacionamento com os outros, buscam a paz e o entendimento com todos os cidadãos, mostram-se ativos no trabalho e cooperam na edificação da cidade terrestre.” (Doc. 42 CNBB n. 96).

Pra fim de papo...

Bem, esse papo às vezes fica tenso, né galera! Mas, se existe papo-cabeça, esse é um deles. Que bom podermos falar sobre um assunto como esses. Que a gente nunca esqueça, o diálogo e o respeito são o segredo do sucesso para nossas partilhas e principalmente para nossas ações concretas.

Para dúvidas, correções, críticas e xingamentos, nós estamos sempre à disposição pelas redes! 

Fraterno abraço! Paz e Bem!

Frei Renan Espíndola, OFMCap.
Pelotas, RS.

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+ Leia o primeiro artigo de Frei Renan em nosso blog: Franciscanos e as Redes Sociais

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